A expressão artística está presente na vida de Fernanda Nicolini desde jovem: ela se formou em belas artes e dança e, em 2006, criou a Pinô Noá, uma marca de design de luminárias, que reutilizava polipropileno de resíduos industriais. Suas produções manuais não se restringiam às provindas da coleta das tecnologias descartadas, mas ela também trabalhava fazendo figurinos, sempre aliando os materiais por meio das técnicas de upcycling. A utilização dessa matéria-primas auxiliava no baixo custo de produção e também na transformação e ressignificação do lixo.
Ao entender como poderia transformar o descarte em novas peças, Fernanda se apaixonou por esse universo e criou, em 2015, a Odyssee, uma marca de acessórios focada no upcycling. “A Odyssee veio junto com outras marcas nessa nova era, com novos designers que estão surgindo com esse foco, essa preocupação”, explica. A marca é pioneira no trabalho de reutilização de resíduos eletrônicos e busca conscientizar sobre a necessidade do descarte correto, de enxergar novas formas sobre novos materiais.
O Futuro tem o DNA da sustentabilidade
Para Fernanda, o futuro é feito de marcas que possuem os conceitos de sustentabilidade e reaproveitamento no DNA. As que já estão aqui vão precisar se transformar e as novas nasceram com estas mentalidades. “Não tem como voltar porque os próprios designer e o próprio consumidos estão querendo gente que está preocupada também”, afirma. Ela aposta que a massificação da informação, como estamos vendo agora, será pilar de um novo entendimento de como consumir o mercado – seja da moda ou de qualquer outra indústria.
A série #MulheresNaModaModefica mostra o trabalho de estilistas e empreendedoras brasileiras na moda. São marcas, projetos e pessoas que estão pensando moda para além da estética, com propósito, com cuidado e com afeto. Vamos falar de temas como sustentabilidade, colaboração e outras formas de pensar a moda.