Sob o tema dessa 48ª edição, “Criando um futuro compartilhado em um mundo fragmentado”, mudanças climáticas, robotização, populismo e inclusão são assuntos conduzidos por nomes conhecidos da moda. “Reconhecemos o papel econômico, social e ambiental de uma indústria que às vezes pode parecer trivial”, disse Cristiana Falcone-Sorrell, assessora principal de Klaus Schwab, presidente do fórum ao The New York Times. “Sabemos que a quarta revolução industrial está impactando a moda tanto quanto está impactando outros negócios”, disse Falcone-Sorrell, “e que a indústria enfrenta muitos desafios que precisam ser abordados de forma sistêmica”.
Reforçando a importância da economia circular para um futuro (próximo), a própria Ellen MacCarthur, nome cada vez mais presente nas discussões sobre a indústria da moda, esteve presente conduzindo dois eventos que fizeram parte da agenda do Fórum. O primeiro deles, “Redesenhando Sistemas Através da Inovação para uma Economia Circular (Redesigning Systems Through Innovation for a Circular Economy)”, foi uma recepção onde os cinco vencedores do “Desafio de Materiais Circulares (Circular Materials Challenge)” foram anunciados e receberam, juntos, 1 milhão de dólares. A premiação fez parte do “Defasio de Design Circular (Circular Design Challenge)“, anunciado em novembro do ano passado e integrante da iniciativa “Nova Economia do Plástico (New Plastics Economy)”, proposta pela Elle MaCarthur Foundation.
MacCArthur foi também palestrante convidada ao lado da designer e parceira de missão Stella McCartney, Wendy Schmidt, Christiana Figueres (Coordenadora de Missão 2020) e Patricia Oliva (Global Brand Director, evian) para discutir como a economia circular pode contribuir para reduzir as emissões de poluentes para criar um mundo descarbonizado.
Uma presença frequente no universo da moda, a irlandesa Sinead Burke deu quatro palestras em três dias sobre design de moda, inclusão e deficiência. “Do ponto de vista da deficiência, o mercado equivale a 1,3 bilhões de pessoas e com um poder de compra de cerca de 1,2 trilhões de dólares”, disse Burke. “As vozes desta comunidade são muitas vezes silenciadas dentro do processo de design e esta abordagem intermitente resulta em rentabilidade minimizada, criatividade linear, e, o mais importante, uma sociedade capacitista”.
A fotógrafa chinesa Chen Man também palestrou no evento. Reconhecida como uma das 500 personalidades moldando o futuro da moda pelo Business of Fashion, e ganhadora de diversos prêmios, a chinesa foi reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial como “alguém que está revolucionando a fotografia de moda na China”.
Falcone-Sorrell afirmou que os organizadores do evento haviam pensando em convidar líderes de moda para uma discussão da indústria, mas depois decidiram integrá-los na agenda mais ampla, dando aos tópicos da moda uma maior presença no principal estágio do fórum.
Depois de muita pressão e apontamento, parece que a moda está começando se levar a sério e ser levada a sério.