Como podemos falar de sustentabilidade sem quebrar padrões insustentáveis? Essa questão tem sido bastante presente nos meus debates e consultorias de comunicação para moda ao endereçar, entre outras coisas, os problemas acerca do referencial imagético da moda. Principalmente quando o assunto é moda praia, temos um mar de marcas trabalhando com alguns conceitos de sustentabilidade, como produção local, tecidos mais amigos do meio ambiente, práticas de slow fashion, etc, mas que insistem em reforçar padrões estéticos desgastados, com modelos magérrimas, brancas, altas e loiras.
Sustentabilidade na moda não é apenas sobre matérias-primas e métodos de produção, é sobre os diferentes pontos de contato da marca e do produto com a sociedade. É sobre a capacidade de reconhecimento de questões políticas, sociais e ambientais do meio para interagir com ele com cuidado, responsabilidade e, mais do que isso, com intenção de impactá-lo de forma positiva. Linguagem, tanto visual quanto textual, são fatores cruciais nessa jornada; ignorá-la não nos permitirá quebrar a lógica que aprisiona mulheres ao esquema de consumo desenfreado – e insustentável.
É por isso que tenho colecionado boas referências de marcas de beachwear que estão criando uma comunicação visual plural, menos sexualizada e mais positiva em relação aos corpos femininos. Apesar do contexto histórico, que dificulta a mudança de mentalidade em relação aos padrões corporais “ideais” da moda, existe um esforço em fluxo para mudar esse cenário e construir novas imagens. Para criar essa galeria de referências, recorri a uma consulta aberta no grupo Modefica com nossas leitoras e amigas sobre os nomes que elas estão amando em relação a novos conceitos visuais para esse segmento. Mentalidades realmente novas e provocadoras. Navegue, descubra e deixe sugestões de outras marcas nos comentários.