Nos bastidores, a presença dos brasileiros foi ainda mais marcante. O coletivo carioca OEstudio apresentou o projeto Angola Fashion School, processo de criação colaborativa com jovens designers angolanos, que ressignifica a moda local a partir dos pilares: educação, identidade, história e cultura. Outra empresa brasileira, a Cia Paulista de Moda, foi a responsável pela direção e produção do Angola Fashion Week pelo terceiro ano consecutivo.
“Realizar um evento na África, levar um grupo gigante de profissionais brasileiros, fazer a dobradinha com os profissionais e fornecedores locais, ter o AFW como um evento de impacto no mundo e o maior da África, é sempre uma tarefa desafiadora, porém muito gratificante”, afirma Reginaldo Fonseca, diretor da empresa brasileira.
Mas a união Brasil e Angola não parou por aí. A designer e artista Karlla Girotto assinou a direção de moda dos desfiles e destacou o uso de acessórios criados pelo G>E (Grupo Maior Que EU, de Pesquisa e Propostas Estéticas). Karlla também faz parte do time da Cia Paulista de Moda.
O objetivo do Angola Fashion Week é formalizar a indústria da moda angolana que cresce exponencialmente a cada ano, de maneira informal. A criatividade e o senso estético estão fortemente ligados à identidade cultural local, o que faz a moda angolana, e de alguns países vizinhos presentes no evento, se destacar.
O pesquisador e diretor criativo Jackson Araújo, que integra o time da Cia Paulista de Moda, afirma que “é um aprendizado e uma constante troca de conhecimento poder colaborar com a evolução anual do Angola Fashion Week. Os estilistas e criadores locais nos mostram a força e a importância que a identidade cultural tem para a construção da base sólida de um projeto de moda. A vibração musical e do design autoral entram em sintonia com a energia de um país jovem, que aposta nessas duas plataformas (moda e música) como fio condutor da economia criativa local”.
Entre os designers com maior destaque ficaram a marca de moda jovem Nao.Li.La da angolana Ilse Naolila, a moda masculina do moçambicano Nivaldo Thierry, Soraya da Piedade, nome já reconhecido fora do continente, e Fiu Negro, da estilista Mariangela Almeida. Para conhecer mais da moda que rola nos diversos países do continente africano, confira também o projeto Generation Africa.