“Pedimos ao governo para concluir as inspeções das fábricas restantes o mais rapidamente possível para evitar a recorrência de tragédias no local de trabalho, tais como as que ocorreram em 2012 e 2013”, disse o representante comercial dos EUA Michael Froman.
“Há mais trabalho a fazer, com base na colaboração entre o governo de Bangladesh, as partes interessadas do setor privado, e da Organização Internacional do Trabalho, para abordar as preocupações com a segurança de fábrica no setor de vestuário. Também solicitamos ao governo acelerar seus esforços para garantir os direitos dos trabalhadores e tomar medidas para resolver contínuos relatos de assédio e violência contra ativistas sindicais que estão tentando exercer os seus direitos”, acrescenta.
Considerando que os governos e empresas continuam fazendo vista grossa às péssimas condições de trabalho no resto da Ásia e Índia, e que os $34.7 milhões de dólares que Bangladesh perdeu em exportações de roupas para os EUA durante o período de suspensão de benefícios não chega nem perto da soma que o país asiático exporta em tabaco, equipamentos esportivos, porcelana chinesa e produtos de plástico, todos sob uma série de benefícios econômicos, a medida é, de fato, rasa para o tamanho do problema.
Porém, com um mercado consumidor cada vez mais ávido por transparência e ética na produção, os acontecimentos de 2012 e 2013 não poderiam passar sem nenhum tipo de punição ou sanção econômica. E está forçando, de uma maneira ou de outra, as fábricas e os governos locais a se readequarem e oferecerem segurança de trabalho.
O governo americano afirmou que houve um avanço desde 2013, quando foi imposta a punição, porém não o suficiente para que os benefícios fossem retomados. Segundo o relatório, são necessários mais progressos em várias áreas-chave do plano de ação, incluindo “progressos urgentes” para resolver o problema das práticas trabalhistas injustas e a implementação de reformas legais.
Apesar das inspeções nas fábricas deverem acontecer também por parte do governo de Bangladesh, a grande maioria delas foi feita pela iniciativa privada. Foram mais de 2.000 inspeções de segurança no setor de vestuário no ano passado, conduzidas por grandes redes varejistas dos Estados Unidos e Europa.
“Estas inspeções resultaram no fechamento de pelo menos 31 fábricas, o encerramento parcial de 17 fábricas adicionais, bem como a identificação das medidas corretivas necessárias em centenas mais”, disse o USTR. “O governo (de Bangladesh) é responsável pela fiscalização de várias centenas de outras fábricas e contratou equipes de inspeção adicionais para realizar e sustentar o esforço de inspeção.”
Enquanto Bangladesh sofre dificuldade para exportar roupas para os EUA, no resto do mundo as transações continuam livres, sustentando uma indústria milionária, que massacra principalmente mulheres e adolescentes. Então, da próxima vez que você for comprar uma peça de roupa, verifique a etiqueta e se foi feito em Bangladesh, já sabe o que fazer, né? Não compre.