Um estudo recente publicado na revista científica Biological Conservation fez projeções para 2041 da distribuição geográfica de 18 espécies de palmeiras e árvores.
Essas que são importante fonte de renda para populações tradicionais em reservas extrativistas(RESEX) no bioma dentro de cenários de alteração climática.
As conclusões apontam
a redução das áreas de adequação ambiental para 11 espécies, 9 delas podendo desaparecerde algumas RESEXs.
A Castanha-do-Pará, em especial, poderá sofrer as maiores perdas - cerca de 35 mil km².
Segundo o artigo, o impacto da perda
dessa diversidade será significativo para a população local:
A diminuição das castanheiras pode:
a do açaí afetará 288 famílias extrativistas;
no caso da seringueira, serão 332 famílias;
e no da copaifera,
368 famílias.
Impactar cerca de
996 famílias na região;
A castanha-do-pará corresponde a uma importante fonte de renda regional.
Em 2019 30 mil toneladas foram extraídas da região Norte, representando, pelo câmbio de março de 2021, US$ 22 milhões -
(R$ 116 milhões).
Eu já consigo ver o impacto das mudanças climáticas porque está cada vez mais quente, e a palha, por mais que passe por um processo de maturação no sol, quebra fácil quando está muito quente.
“
- Dilva Araújo, vice-presidente da Associação dos Micros e Mini Produtores Rurais e Extrativistas das Comunidades do Repartimento dos Pilões e Vila Nova (ASMIPPS)
A região sofre com os impactos de atividades humanas, como o desmatamento, ea entrada de novas commodities, comoa eucaliptocultura eo gado.
Em 2014, o conflito com o Grupo Jari tomou as manchetes nacionais e mobilizou a criação da RICA (Rede Intercomunitária Almeirim em Ação).
A RICA trouxe a empresa e o MP para a conversa, no qual a primeira pauta a ser discutida era a fundiária, o ordenamento territorial dessas comunidades, e a segunda, a comercialização dos produtos da floresta.
Apesar dessas conquistas, Dilva aponta mudanças que a comunidade já têm sentido: a diminuição de água no igarapé da região, a chegada de pernilongos e diminuição da produção de castanha.
O recado que muitos da comunidade já entenderam é simples: “se eu não cuidar do meio ambiente, eu não vou ter minha economia”.
Para a proteção do futuro das árvores e palmeiras amazônicas, o estudo levanta três ações importantes:
01.
A criação de Unidades de Conservação (UC) na Amazônia Central
02.
O levantamento do perfil das populações extrativistas e as quantidades de extrações de determinada espécie utilizadas por elas
03.
A descentralização da gestão das UCs, de forma a se tornar participativa, uma cooperação entre Estado e Comunidades locais.