Porém, nessa temporada de inverno 16, a dupla Viktor Horsting e Rolf Snoeren olhou para o passado para criar as peças do presente. Mas salve lá, sem nostalgia. “Você olha para o passado de uma maneira neutra. Tudo se torna equivalente nessa nova textura”, disse Rolf à Vogue. De fato, esse é poder do upcycling: pegar o velho, ou o que está em desuso e, com habilidade, transformar em algo totalmente novo.
Algumas das calças da extinta marca masculina Monsieur foram decoradas e transformadas em novas peças. Sobras de tecidos de uma coleção de 1993 viraram jaqueta, assim como retalhos de peças da coleção de verão 2015 e Red Carpet foram transformados em saias e vestidos. Como Amy Verner disse em seu review: “o ateliê fez um trabalho tão incrível desses [tecidos] remanescentes, que o resultado pairou entre arte e artesanal – isso era um tweed em arte póvera ou pontilhismo têxtil?”.
De fato, é importante ressaltar que o exercício do upcycling é algo que precisa ser, essencialmente, criativo. É isso que vemos nessa coleção, muito mais do que qualquer relação com sustentabilidade que possamos desejar; o upclycing nas passarelas é, acima de tudo, um desafio de técnica e criatividade para os estilistas, além de ser, obviamente, uma influência dos tempos atuais.
No topo disso, em se tratando de estética, as cartolas pontuaram os looks com referências à estética dandy misturadas a muitas camadas de tecido, no melhor jeitão “girls meet boys meet girls”. Tudo bastante “usável”, considerando que as referências e as formas vieram das roupas.
No final, seja pela sustentabilidade ou pela criatividade, ver mais uma coleção a partir do upcycling na passarela, e ainda mais tão bem executada, é uma situação de ganha-ganha para a moda. Para os designers, segundo Rolf, foi igualmente positivo dar novo uso ao que estava acumulado: “É uma sensação boa, como um novo começo”.
Para ver a coleção completa, acesse vogue.com.
Imagens: Reprodução