A ideia central da marca é eliminar produção em fábricas localizadas há milhares de quilômetros de distância, reforçar o faça você mesmo sem a necessidade de habilidades como modelagem, corte e costura, criar um vínculo com a peça, e propor soluções para uma moda mais sustentável.
“Eu quis criar designs para um futuro onde a produção não é alocada em fábricas do outro lado do mundo, mas produzidas em qualquer lugar por qualquer pessoa”, explicou Martijn ao WGSN. “Todas as técnicas tradicionais são eliminadas, então não tem corte nem costura, nada de treinamento! Nós estamos introduzindo um novo jeito de pensar sobre sustentabilidade, abraçando o movimento dos fazedores e eliminando o trabalho injusto, superprodução e desperdício no caminho”.
Funciona da seguinte maneira: você escolhe o modelo desejado e por 5 euros tem acesso às modelagens, sugestões de tecidos, lugares onde você pode produzir (cortar sua peça a laser) e às instruções de montagem. Quem quiser, também pode comprar o tecido exclusivo de pet reciclado à venda na loja online da marca.
É simples assim e por pouco nós não compramos nosso modelo, mas se torna inviável para quem não está na Holanda ou não tem acesso a lugares com corte à laser. Porém, se lugares como a Malha prosperarem, ter acesso a esse tipo de tecnologia será muita mais fácil, tornando possível esse sistema open source no Brasil.
Esse tipo de produção (ou não produção) tem muito a ver com as ideias da economia criativa e compartilhamento. Precisa, sem dúvidas, de tempo para ser absorvido por pessoas fora do nicho da moda, do design e da sustentabilidade. Como estratégica de alcance, a The Post Couture Collection está fazendo workshops e abrindo lojas pop-up para apresentar a ideia para um novo público.
Martijn acredita que o papel central dele, como criador da marca e pensador é sobre “abertura, colaboração e comunidade; ao compartilhar os padrões online nós somos capazes de dar ferramentas e conhecimentos para as pessoas e receber feedback sobre nossos projetos. Esta é a coisa mais imperativa para mim, que as pessoas compartilhem suas opiniões e ideias sobre o desenvolvimento com a comunidade Post Couture”.